Política 35d4g
BOLSONARO E O ENSAIO DA PRISÃO DOMICILIAR: ESTRATÉGIA OU COINCIDÊNCIA? 1l6w22
A recente internação do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília ganhou proporções midiáticas incomuns. Cada boletim médico foi amplamente divulgado, reforçando a imagem de fragilidade de um líder que sempre vendeu força. Coincidência ou estratégia? Para muitos analistas políticos, não é apenas uma questão de saúde, mas de cálculo jurídico.
Bolsonaro já parece preparar o terreno para um possível desfecho jurídico desfavorável. Caso seja condenado em uma das várias ações em curso, sua condição médica serviria como argumento para cumprir pena em regime domiciliar. O episódio lembra a trajetória de Fernando Collor, que também enfrentou problemas judiciais e hoje cumpre prisão domiciliar em seu duplex à beira-mar, no bairro da Jatiúca, Maceió.
Mais do que nunca, Bolsonaro parece consciente de que a “anistia ampla” não ará. O Congresso atual não demonstra disposição para blindagens políticas e o Judiciário tem dado sinais claros de endurecimento. O tempo de internação, então, pode funcionar como um “atestado antecipado” para uma prisão em casa — evitando, assim, o impacto simbólico de um ex-presidente atrás das grades.
Em meio a investigações, Bolsonaro joga com o tempo, a narrativa e a comoção pública. Resta saber se a Justiça vai cair nesse roteiro cuidadosamente ensaiado.
